De olhos semicerrados, postos no horizonte,
nada parece existir para além do que aparenta ser apenas o além.
que estranho o voo das aves. rodopiam no ar
quente elevando-se no infinito sem esforço, sem um querer mas, rés ao chão, deambulam
corpos desenhados a pó deixando adivinhar um destino difícil de vislumbrar.
ele entre eles. ele de olhos postos nas
aves.
[perdi-me?]
e há um vento que fustiga e um sol que
queima. e os lábios. tão secos.
[perdi-me?]
-não, é quase ali.
[a árvore?]
-sim, a árvore. é para lá que vão. siga-os.
[sigo-os.]
se os trovões, que ao longe se ouvem, anunciarem chuva, será
de novo branco o ocre que já me cobre.
Sem comentários:
Enviar um comentário